quinta-feira, 9 de maio de 2013

Glaciar Perito Moreno

Para conhecer o Glaciar Perito Moreno, é necessário ter como base a simpática e charmosa cidadezinha de El Calafate, localizada  no sul da Patagônia Argentina e  conhecida como Capital Nacional dos Glaciares. Formando um paredão de mais de 80 metros de altura e com mais de 250 km2 de extensão é a terceira maior área de gelo na superfície da Terra (depois da Antártica e Pólo Norte). A geleira formada no Lago Argentino é considerado um dos lugares mais fantásticos do planeta, sendo incluído  pela Unesco na lista dos patrimônios mundiais da humanidade.
 
Em janeiro de 2012, ao viajar pela Patagônia Argentina, não poderíamos deixar de conhecer essa que é considerada uma das maiores maravilhas naturais do mundo. Estávamos, eu e minha esposa já há dois dias em El Calafate e havíamos no dia anterior realizado uma incrível navegação por entre os vários glaciais, icebergs e geleira da região. Aquele inesquecível passeio havia sido apenas o despertar para no dia seguinte ir conhecer bem de perto o Perito Moreno. Muito bem estruturada para o turismo, não faltam agências na rua principal da cidade para guiar  os viajantes para a aventura. Vale lembrar que é importante reservar com antecedência, principalmente na alta estação do turismo, e também ter dinheiro em espécie, pois para o pagamento em cartão de crédito geralmente cobra-se  um acréscimo em torno de 10 a 20%.
Logo cedo, saímos do hotel e levamos em torno de 1 hora de viagem percorrendo os belos 80 km de uma boa estrada até a entrada do Parque Nacional. A indescritível paisagem com o incrível e intenso azul do Lago Argentino ao lado já nos surpreendeu e propiciou um agradável translado  ao nosso destino. Ao chegar, é necessário pagar o acesso ao parque e receber todas as orientação sobre as normas de funcionamento e conduta lá dentro. Há uma uma ótima infra-estrutura, com restaurante, banheiros, vestiários, lanchonete, estacionamento amplo, lojinha de souvenirs, hostería e área para camping. São várias trilhas bem sinalizadas que conduzem por dentro da natureza, sempre terminando em mirantes panorâmicos com visões para o Glaciar, a grande estrela do local. Destaca-se o mirador del Glaciar, onde é possível apreciar de perto o espetáculo promovido pelo desprendimento dos paredões de gelo, provocando estrondos e tsunamis no lago e levando os visitantes do parque à suspiros e gritos de espanto e admiração.  É um espetáculo emocionante que nos mostra a real grandeza da natureza.
Mirantes do Parque Nacional Perito Moreno

Desprendimento das geleiras: um espetáculo da natureza

Depois de uma manhã inteira explorando as trilhas do parque e surpreendendo-se a cada ângulo de visão proporcionado pelos mirantes, partimos para o segundo tempo do nosso passeio. Promovido pela agência Hielo y Aventura, embarcamos em um catamarã no lado sudoeste do lago Argentino para um passeio chamado Safari Náutico. Navegamos entre diversos e belos icebergs e contornarmos o lago bem próximo ao lado sul do enorme paredão do Perito Moreno, presenciando o estrondoso espetáculo do desprendimento das geleiras. Terminamos a navegação do outro lago do lago, em uma propriedade privada, controlada pela agência de turismo, onde através de uma pequena caminhada por dentro de um bosque com árvores típicas do local (aproximadamente 20 minutos) chegamos aos pés da gigante geleira em um local acessível para realizarmos a 3ª. etapa e mais esperada do nosso passeio: o mini-trekking sobre o Glaciar.



Caminhada ao encontro do Galciar Perito Moreno


Com toda estrutura perfeitamente organizada, recebemos todas as orientações dos guias sobre a caminhada e também os sapatos com grampos especiais para permitir andar sobre a superfície de gelo. No início um pouco difícil, mas depois de algumas passadas facilmente nossos pés vão ficando mais estáveis sobre a superfície escorregadia. Durante o trajeto feito em grupo e com orientação do guia, a beleza natural nos deixa hipnotizados. As pequenas cascatas e lagoas formadas pelo degelo, as esculturas desenhadas pela natureza, as fendas de profundidade desconhecida e o intenso azul que resplandece em diversos tons pelo reflexo do sol, tornam o passeio uma experiência surreal e inesquecível.



Preparação para o mini-trekking

O trajeto é dividido em duas partes. Na primeira etapa caminhamos subindo até uma parte mais alta do glacial que proporciona uma visão fantástica e nos coloca em uma humilde escala humana diante da dimensão da natureza. Em seguida seguimos um trajeto descendente que terminou com uma alegre confraternização organizada pelos guias e banhada a whisky e naturalmente gelo apanhado do próprio glacial. Voltamos ao final do dia para El Calafate, com aquelas imagens captadas não somente pela lente da máquina fotográfica, mas gravadas para o resto da vida na nossa mente. Experiência fantástica!!!


Mini-trekking no Glaciar Perito Moreno

Final do trekking: confraternização, whisky e muito gelo
 

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Chuvas e trovoadas no Atacama


O Deserto do Atacama, no Chile, é conhecido como o lugar mais seco do nosso planeta, não passando da média pluviométrica de 35 mm de chuvas ao ano. Seus 2.400 m. acima do nível do mar não permitem que as massas de ar, guiadas pelas correntes marítimas do Pacífico conduzam a umidade para essa região, tornando a água uma raridade. A ausência de nuvens do Atacama, o torna um dos principais lugares da Terra para observação do espaço, e, por isso mesmo, abriga o maior projeto de astronomia terrestre existente –ALMA (Atacama Large Milimeter Array). O projeto orçado em bilhões de euros e composto por um conjunto de 66 antenas gigantes de 12 metros por 7 metros de diâmetro, é uma parceria entre América do Norte, Europa e Ásia Oriental em cooperação com o Chile. Mas o Atacama não é conhecido apenas pelo clima seco e céu limpo, milhares e milhares de viajantes, aventureiros, turistas endinheirados, mochileiros e pesquisadores de todo o mundo são atraídos para essa região chilena durante todo o ano para explorar a sua bela e exuberante paisagem com vulcões, gêisers, vales, cordilheiras, oriundos de uma formação geológica rara que cria grandes semelhanças aos cenários de ficção científica.
Diante desse enfoque, estive no Atacama em fevereiro de 2010, e me surpreendi com a natureza. Uma rara precipitação pluviométrica durante 1 semana me pegou de surpresa. Segundo os habitantes locais, fato semelhante não acontecia há pelo menos 30 anos. Somente em um dia, a chuva ultrapassou os 60 milímetros, segundo a metereologia chilena. O fenômeno ocorrido, conhecido como inverno altiplânico, embora raro nessa intensidade, é comum nos meses de fevereiro e março. Um clima estranho estava no ar de São Pedro de Atacama, povoado onde concentram-se os viajantes que vêm ao deserto. Ruas cheias de lama, agências de turismo cancelavam os passeios, restaurantes e hotéis providenciavam lonas para cobrir as construções de adobe, carabineiros orientavam as saídas do povoado. A agência que faz o tradicional tour astronômico pelas madrugadas para um observatório em meio ao deserto nem sequer abriu suas portas. A frustração foi enorme quando chegou a notícia que os carabineiros haviam interditado o acesso aos Gêisers del Tatio devido às águas e também à neve que desciam do altiplano fechando as estradas.

Céu encoberto e ruas molhadas em São Pedro de Atacama
Naquele momento uma indagação não saia da minha cabeça: como podia ter planejado tão bem uma viagem e não ter considerado a possibilidade do inverno altiplânico? Mas a surpresa e o despreparo dos próprios atacamenhos com àquela chuva me consolava pelo fato de saber que não somente eu estava sendo surpreendido. A solução foi tentar aproveitar da forma possível, pela manhã e até o início da tarde, quando o sol aparecia com toda sua intensidade. Mas ainda assim fomos surpreendidos por chuvas, relâmpagos e trovoadas nas Lagunas Altiplânicas, no Vale da Lua e nas Cordilheira de Sal do Vale da Morte.


Chuva e trovoadas chegam de surpresa nas lagunas altiplânicas


Chuva em Vale da Lua e Vale da Morte

Pôr do sol encoberto pelas nuvens no Vale da Lua

A presença da chuva nos proporcionou mais tempo nas proximidades de São Pedro de Atacama, já que as estradas para os passeios mais distantes encontravam-se bloqueadas. Com isso ganhamos também mais tempo para poder apreciar os pitorescos e charmosos restaurantes e bares de São Pedro de Atacama, presenciamos a fantástica e colorida procissão e festa típica da Nossa Senhora da Candelária – muito interessante, e também exploramos através de uma cênica pedalada os caminhos arqueológicos da Pukara de Quitor e Ruínas de Tulor. Com chuva ou sem chuva, o deserto do Atacama permaneceu fantástico, belo e supreendente e ainda me proporcionou a oportunidade de testemunhar este momento tão raro: muita chuva na região mais seca da Terra.


Com as estradas fechadas, a bicicleta tornou-se um atrativo para explorar o deserto

Tour arqueológico de bicicleta


Festa da Candelária - conhecer as tradições dos povos atacamenhos foi uma grande surpresa da viagem
Os charmosos e simpáticos bares e restaurantes de São Pedro de Atacama foram o local ideal para as noites de chuva






terça-feira, 30 de abril de 2013

Bem vindos!!!


Este blog surgiu da idéia de compartilhar experiências e dicas de viagens com viajantes, mochileiros, turistas e todos que tem interesse em conhecer e discutir um pouco sobre cultura, tradições, costumes, lugares turísticos, gastronomia e passeios pelo mundo afora.
 
EM BREVE AS PRIMEIRAS POSTAGENS!